1- Antes de mais, há quantos anos és Dj? E sempre no género de psytrance?
R: Olá, boas, antes demais obrigado por fazer parte da vossa história, e também por poder contar a minha…
Ora bem eu comecei a passar música à 10 anos, e embora a pergunta seja á quantos anos sou dj na verdade nunca me considerei um dj, mas sim alguém que gosta de passar bons momentos atrás dos decks e também por poder proporcionar esses bons momentos aos outros, a todos vós.
Sim o psytrance foi algo, ou melhor é algo que já faz parte da minha vida a mais de 20 anos.
2- Quando o mundo do psytrance aparece nas nossas vidas, generalizando, arrebata-nos e vai crescendo em nós. Recordas-te de como esta música/mundo chegou à tua vida? E quantos anos tinhas?
R: Lembro me como se tivesse sido ontem, eheheheh, eu desde 1996 que comecei a apreciar música electrónica, particularmente Techno, mas sempre fui e sou uma pessoa ligada a musica, desde bandas, onde cantava, a tocar baixo, guitarra, music is life, mas em 1998 um amigo meu que muitos devem conhecer por Boogieman ou então um dos membros dos conhecidos Grub, e outros disseram me “men tens que vir este fim de semana ao HARD CLUB”…., e foi então que basicamente tudo mudou, Tim Schuldt foi a minha primeira festa de Trance no antigo Hard Club no Porto, e que festa, aquele ambiente de gente bonita, abraços pessoas a sorrir(muito diferente do Techno apesar de adorar o som), e em especial ver a maneira como uma guitarra tão bem se adequava aquele estilo de música e pumba, foi basicamente amor à primeira escuta,entretanto ate 2002 fui a mais uma festa no Hard Club também desta feita Psysex em 1999 e em 2002 a minha primeira Open Air, e que Open Air aí sim, e desde aí então nunca mais nada foi igual, Xp Vodoo, Infected Mushroom e Gms.
Quando estás num evento onde chove, faz sol, nuvens, lua cheia, neva e toda a gente está numa harmonia que até hoje nunca mais senti igual é algo que te marca e essa festa marcou-me e marcou a minha vida dentro deste género musical.
3- Recordas-te em que festa te estreaste como Dj? Dirias que essa foi a atuação que mais te marcou?
R: Perfeitamente, foi em Dezembro de 2010, e nem sequer tava minimamente preparado para isso, mas um amigo meu que vocês bem conhecem, Adolfo Usier mais conhecido por D.N.I, estava a tocar na Subsolo e ele já tinha ouvido qualquer coisa de que eu passava música, e deu me o push up que precisava, e ao acabar o seu live na SUBSOLO basicamente puxou me para o palco deu me os cds dele e toquei durante meia hora, foi lindo…. Já toquei em muitos sítios, com grandes nomes, mas continua a ser verdade o que se diz, não há nada como a primeira vez…
4- De contactos como artistas, produtoras, organizadores e outros, existem sempre alguns que tornam importante amigos ou mentores, gostarias de referir alguns?
R: Sem dúvida, e foi com artistas produtoras organizadores que vais aprendendo, D.N.I, Alternative Control, Alienn, Brainwash, DJ Amun, A-Tech(Atomic Technology), Hipnotyk Poison,Ganeisha, Surya Namaskar, ACID VISION, INCÓGNITA PROD, Absolum, Panayota, tudo pessoas e organizações que me ajudaram apoiaram e me tornaram “dj”
5- Quando estás em palco, quais são as emoções e pensamentos que mais tens presentes?
R: Espero não meter um prego na primeira musica, ahahahahahahhahah, mas acima de tudo a alegria de ver o meu povo a dançar.
6- Gostarias de colaborar com algum artista em especial?
R: Enquanto Dj, já tive o prazer de partilhar a cabine com a Hipnotyk Poison, que é uma força da natureza, Echo Logic, mas gostava de tocar com Panayota Dj Set vs Full Mode.
7- Quais são os seus três álbuns favoritos de todos os tempos?
R: Infected Mushrooms-Converting vegetarians
Astrix- Eye to eye
Paranormal attack-Phenomenom /Painkiller-Brainwash/Phatmatix-Eternalis
And more...
8- Tens algum próximo passo pensado para o teu projeto? O que se segue?
R: Neste momento estou a morar em Amesterdão, portanto o passo lógico é tentar entrar na cena europeia, Bélgica e Holanda teem um movimento forte no trance e já tive uns convite e até um gigg marcado e outro prestes a ser anunciado, mas não ta fácil agora com o COVID-19, onde um foi cancelado em Den Haag no club Magistraat, e o outro ainda não quero falar nele pois é surpresa, mas espero que para mim e para todos este vírus desapareça e rápido, pois já tenho saudades de passar uns discos ehehhehe.
9- Se pudesses escolher qualquer lugar no mundo para tocar, onde seria?
R: Ei, eehhe nem te sei responder a isso, sinceramente, há sítios em Portugal onde adoraria tocar e onde ainda não toquei, como por exemplo no parque de campismo de São Gião, acho um dos sítios mais belos de Portugal onde já estive numa festa, mas se for a pensar no mundo, não sei talvez Israel, Índia ou Brasil.
10- Em uma palavra, frase, citação ou música, como te descreverias?
R: Eheheheheh, cá puta de jardineira oh tone, kkkkkkk
11- Nos últimos anos o psy trance tem vindo a crescer pelo mundo fora, o número de festas/festivais e novos artistas aumentam a "cada dia". Na tua visão, esta nossa caminhada está no ritmo certo ou existe algo que poderíamos estar a fazer mais pelo crescimento da cena?
R: Infelizmente o mundo gira a volta dele, mas enquanto fizermos isto a pensar no que vamos ganhar, ou no profit de se fazer uma festa, ou mesmo so vou tocar se me pagares X porque se for Y já não da, enquanto existir este tipo de sentimento acho que a cena se vai continuar a perder, por outro lado vê-se que a cena Goa cada vez mais está a voltar ao ativo o que parece que não mas traz outro “je ne sais quoi” ao movimento, algo positivo e old school.
12- Obrigado por te juntares a nós nesta entrevista, queres deixar algumas palavras à comunidade psytrance portuguesa antes de terminarmos?
R: Keep rockin, e sejam felizes pois musica é vida 😉
Obrigado eu pela oportunidade.