“QUEBRA-GELO”... EM GERAL, O QUE DESEJAMOS COM ESTE TIPO DE COMUNICAÇÃO NÃO É FAZER PUBLICIDADE OU PROPAGANDA, MAS SIM CRIAR UMA HISTÓRIA DO MUNDO DO PSYTRANCE, QUEM SÃO AS SUAS PERSONAGENS E PROTAGONISTAS ATUALMENTE, E COMO SERÃO DAQUI POR 10 OU 20 ANOS. POSTO ISTO, É CLARO QUE TU ÉS PARTE DA HISTÓRIA DESTA COMUNIDADE, QUE CONTA COM UMA IMENSIDÃO DE PESSOAS INIGUALÁVEIS.
Entrevista exclusiva com Shouton
1- Como é que a música entrou na tua vida ?
R: Na verdade entrou muito cedo, o meu avô quis que eu tivesse aulas de piano. Mas não foi nessa altura que me apaixonei pela música, foi só quando conheci o metal. Aí foi onde tudo começou. Mais tarde conheci o trance e foi uma paixão maior ainda.
2- Há quanto tempo produzes para o teu projeto Shouton ?
R: Já produzia antes, mas para o projeto Shouton desde 2008.
3- Quais são algumas das tuas influencias musicais ?
R: Furious, Kindzaza, Audiopathik, Yaminahua.
4- Qual foi o teu primeiro lançamento ?
R: Foi em 2010, com a track Delicious Substance, de uma Label japonesa chamada Lonelyplanet Records.
5- Como é que foi o teu inicio de carreira ?
R: Foi mágico... uma aventura de muitas horas no ableton live com muito esforço e dedicação. Muitos aeroportos, amizades e aventuras em locais que nunca tinha visitado. Alem da imensa gratidão que sentes ao perceberes que existem pessoas que apreciam e reconhecem o teu trabalho.
6- Como é que surgiu o projecto Shouton?
R: Surgiu da vontade e necessidade de fazer arte, neste caso em forma de música, e da influencia que a cultura e arte japonesa tiveram ao longo da minha vida.
7- Onde é que encontras inspiração para a tua musica ?
R: Na cultura e arte japonesa como já referi, tais como música japonesa, animes, videojogos, robôs, samurais e muito karaté.
8- Como é que te sentiste na primeira vez que pilotaste a nave ?
R: Foi a realização de um sonho, senti-me super contente e que tudo valeu a pena, todos as pedras e obstáculos superados no caminho.
9- Como é que foi o teu primeiro contacto com o trance ??
R: Através de uns amigos que já frequentavam as festas e faziam parte da cultura trance, eu fiquei curioso. Um dia convidaram-me para uma festa privada (só amigos) no meio do mato e foi aí que conheci o trance.
10- Qual é que foi a atuação que mais te marcou ?
R: Todas elas foram maravilhosas por diferentes motivos, mas a que mais me marcou foi quando toquei no Brasil, foi realmente o maior festival em que já toquei, no Respect Festival em 2017. Organização, decoração, sistema de som, ambiente tudo 5 estrelas, top mesmo.
11- O que tens a dizer acerca do crescimento do hi-tech ao longo dos anos em Portugal ?
R: Sinto que a cena tem crescido pois temos muito bons artistas em Portugal e novos artistas também promissores, mas em termos oportunidades ainda há um longo caminho a percorrer.
12- O que mais te surpreende nas nossas reuniões ?
R: Sentir a energia e a união daqueles que gostam de celebrar o género através do convívio e da dança.
13- Tens algum próximo passo pensado para o teu projeto?
R: Sim, estou a acabar o meu primeiro CD, que já ando a trabalhar nele há 1ano e irá sair em breve.
14- Nos últimos anos o psy trance tem vindo a crescer em Portugal o número de festas/festivais e novos artistas aumentam a "cada dia". Na tua visão, está nossa caminhada está no ritmo certo ou existe algo que poderíamos estar a fazer mais pelo crescimento da cena?
R: Como já disse, já vai havendo algum hi-tech nas festas e os artistas estão aí, mas ainda há poucas oportunidades em Portugal, eu pessoalmente só toquei em Portugal 5 ou 6 vezes, os meus gigs são praticamente sempre fora. Mas claro que a evolução tem sido bem vinda e espero que continue.
15- Obrigado por te juntares a nos nesta entrevista, queres deixar algumas palavras à comunidade psytrance portuguesa antes de terminarmos?
R: Obrigado a todos os que apreciam o meu trabalho e pelo apoio. Vamos manter-nos unidos porque assim somos mais e melhores! Abraço.
Entrevista de Pedro Lima