1- Como a música chegou à tua vida?
R: Sempre me senti ligado à música. Felizmente tenho uma família muito grande, e desde muito novo que quando nos reunimos, os ouço a cantar o fado com guitarra no fim dos jantares. Mesmo o gosto musical dos meus pais, desde o rock psicadélico progressivo do meu pai às músicas do mundo da minha mãe, influenciaram-me bastante. Com cerca de 9/10 anos comecei a ter aulas de órgão, e isso ajudou-me a ter uma noção daquilo que é música. A partir dos 14 comecei a prestar mais atenção à música electrónica por influência de amigos que ouviam techno, entretanto fui conhecendo outros estilos, até que senti aquele click com o trance e a sua envolvência.
2- Como surgiu o projecto Ivolusion?
R: Quando comecei a misturar era só entre amigos, por brincadeira, em festas privadas. Uma dessas festas teve maior projeção e o projecto Ivolusion surgiu com a necessidade de ter um nome para apresentar a minha técnica e gosto musical a outras pessoas, que partilham da mesma paixão pelo psytrance. Embora tivesse conhecimento relativamente ao meio e aos vários estilos musicais que compõem o panorama psytrance, tecnicamente, e depois de alguns anos a aprender sozinho, o DJ Atar Yush e o MRMP também foram um bom contributo no início.
3- Qual foi a festa em que te estreaste como DJ ?
R: A primeira festa como Ivolusion foi uma bela indoor no fim de 2013, em Cabeceiras de Basto, de seu nome “Evolution” e foi organizada pela Psymagicminds.
4- Como foi o início da tua carreira?
R: O inicio da minha carreira é um pouco curioso. Antes de começar a tocar oficialmente, já frequentava as festas há alguns anos- cerca de oito- e desde essa altura que tinha contacto com vários programas de mistura e produção como o Reason, FL e o Traktor. Só depois fui incentivado pelos meus amigos a ir para um palco e mostrar aquilo que sou. Apenas a partir de 2013 comecei a tocar em festas com um público maior que a minha namorada e amigos, no início em festas mais pequenas, algumas das quais com condições tão deploráveis que o meu cérebro não consegue esquecer. Depois as coisas foram evoluindo naturalmente. Com a Psymagicminds, que represento desde o início de ambos, tenho o privilégio de trabalhar com excelentes profissionais e isso é gratificante nos dias que correm...
5- Quem são as tuas influências na música?
R: Eu sou uma pessoa que ouve de tudo um pouco, e em cada fase do meu crescimento deixei-me influenciar por diferentes estilos musicais. Quando era mais novo ouvia artistas como System of a Down, RATM, Marilyn Manson etc.. Depois comecei a ouvir mais rap e música eletrónica, que até hoje fazem parte das minhas preferências. Relativamente ao psytrance, quando comecei a ouvir, foi ao som de GMS que me apaixonei, depois Infected Mushroom, Space Cat, Xerox & Illumination, Astrix, Tickets, Absolum, Shift, Parasense, Fungus Funk, eh pa tava aqui dias a enumerar todos os artistas que me influenciaram até hoje
6- Qual foi a actuação que mais te marcou?
R: Tenho algumas que guardo na memória, por várias razões, mas as duas Indigo Generation foram especiais por motivos diferentes. A primeira por ter sido uma das melhores festas até à data, com condições e line up acima da média mas pouco público, onde toquei depois de Space Cat e estava nervoso para $!#%#*!. A segunda porque foi a estreia da Psymagicminds no Ermal, uma festa ainda melhor que a primeira, onde fizemos um dos sets que mais prazer me deu tocar.
7- O que mantém vivo o teu amor pela música electrónica? O que tu mais gostas nas festas/festivais?
R: Aquilo que me faz vibrar na música eletrónica é o facto de apenas com ritmos repetidos e sem palavras se conseguir tocar na mente e no coração. Basicamente o profissionalismo dos artistas, da organização e sentido humano dos ravers. E dançar até a música parar
8- Já aconteceu alguma situação engraçada enquanto tocavas?
R: Já me aconteceram algumas desde chegar ao local e ver o meu nome excluído do line up sem me avisarem, o gerador parar enquanto tocava, mas uma das quais eu nunca vou esquecer foi uma em que toquei em cima de uma palete 1X1m, sobre um silvado, com o mixer e os CDJ basicamente em cima do sistema de som.
9- Se pudesses escolher qualquer lugar no mundo para tocar, onde seria?
R: Desde que assegurem as condições necessárias eu não sou nada esquisito... O facto de poder tocar em Portugal, em festas que me dão o privilégio de mostrar o meu trabalho, já é algo que valorizo bastante. Mas claro que sim, por todo o mundo há países com uma cultura psicadélica muito forte e excelentes festivais onde qualquer um sonharia tocar.
10- Nos últimos anos o psy trance tem vindo a crescer em Portugal o número de festivais e novos artistas aumentam a cada dia. Na tua visão, esta nossa caminhada está no ritmo certo ou existe algo que poderíamos estar a fazer mais pelo crescimento da cena
R: O facto de existirem mais festivais e artistas é o reflexo de uma franca expansão do movimento. Podia falar dessa fórmula mas acho que todos já estamos familiarizados com ela, isso cabe ao público e às organizações abrirem os olhos. Como público e como artista existem vários pontos positivos que poderia realçar como por exemplo o local, alinhamento e sistema de som; a decoração dos eventos de fim de semana que estão a ficar cada vez mais completos; o facto de começarem a apostar em DJs e artistas diferentes, etc. Como pontos negativos o lixo que cada vez mais se acumula nos nossos dancefloors, o público que nem sempre se sabe comportar, alguma hipocrisia que se vive nos bastidores de um movimento baseado na sigla PLUR, ou o facto não utilizarem os DJs em Portugal para long sets.
11- Que expectativas tens para esta 3ª edição da Indigo Generation? E quais são as emoções que tencionas provocar aos ravers na tua actuação?
R: Depois de uma edição de sonho, este ano contamos com um leque de artistas maior e uma decoração mais completa que a anterior. Claro que as expectativas estão elevadas, mas é desde logo esse o mote da Psymagicminds. Este ano vou novamente fazer um set VS, desta vez com o MrMp. As emoções são as que cada um procura na rave, aquilo que eu pretendo com a minha actuação é fazer o público dançar.
12- Quais são os teus projectos para o futuro?
R: Este ano fui privilegiado por tocar em bons eventos no Verão, destaco o InfectedGuitars Festival e a Timewarp3 no meio de mais alguns que já tenho marcados para os próximos meses. Também vamos lançar a primeira compilação da label com alguns artistas de todas as Indigo Generation,espero que seja o primeiro de muitos. E que me permitam espalhar a boa nova do full on e do psy nas raves
Vamos finalizar com uma mensagem para os teus fãs/seguidores.
Obrigado por dançarem e por escolherem dançar comigo!
OBRIGADO IVOLUSION
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