1 - Como a música chegou à tua vida?
R: A música apareceu desde muito cedo na minha vida e apesar de não ter músicos na família, os meus pais optaram por me dar essa possibilidade / formação. Aos 6 anos entrei para uma Academia de música onde além de teoria musical, aprendi a tocar flauta e violino. Depois aprendi guitarra e também baixo que foi o instrumento que mais aprofundei, tendo já participado em várias bandas como baixista. Obtive uma boa formação e diversificada a nivel de instrumentos, mas o que mais alimentou esta paixão foi todo o processo autodidático, com muitos ensaios e horas de dedicação diárias a algo que passou de um hobbie / paixão para uma forma de estar e de viver.
2- Qual foi a festa em que te estreaste como DJ?
R: Em relação a festas de trance sempre quis atuar apenas tocando música feita por mim. Isto é, não queria simplesmete misturar música de outros artistas, queria tocar a minha própria música ao vivo (LiveAct). O primeiro convite foi feito pelo Dj CALÉ (André Pinheiro Bárbara), para tocar numa festa organizada por ele: “Shimbaya Huasca” a 21 de Março de 2013 em Valongo. Foi o André que me “descobriu” a mim e à minha música e agradeço-lhe bastante pois foi um dos primeiros a seguir e a apostar no meu projeto. Uma boa parte deste meu percurso deve-se a todo o apoio dado por ele.
3 - Como foi o início da tua carreira?
R: Demorou bastante até conseguir as primeiras datas para tocar. Mas depois tudo foi bastante rápido. No mês em que confirmei e anuncei a primeira festa convidaram-me logo de seguida para tocar em mais 2, tudo organizações diferentes. Procurei divulgar ao máximo o meu projeto e em menos 2 anos toquei em mais de 50 festas, de norte ao sul do país. Nesta altura tudo parecia muito promissor, cobrava muito pouco pelas atuações pois o principal objetivo era ganhar experiência, divulgar a música e o nome e nessas condições consegui imensas datas para tocar. À medida que fui investindo e o projeto foi crescendo e evoluindo, naturalmente comecei a cobrar outros valores e desde então surgem muito menos datas para atuar, mas acredito que este é o caminho e que em breve trará os seus resultados.
4 - Como começaste a produzir música eletronica / Como surgiu o projeto?
R: O interesse pela produção de música eletrónica e em particular de trance psicadélico surgiu mal tive contacto com este estilo musical, por volta de 2004. Até então não tinha muita afeição por qualquer estilo de música eletrónica mas isso mudou quando comecei a ir às primeiras festas e sentir toda a magia e energia que se vivam nessas festas. Por essa altura decidi inscrever-me num curso de Dj (Dance Planet, Porto) e a partir daí, com muito trabalho e dedicação, comecei a investir aos poucos na compra de material para Djing e produção. Mas saber misturar músicas não era suficiente para mim e uma vez que já tinha alguns conhecimentos musicais e imensa vontade de compôr musicas de trance , comecei investigar e a dedicar-me à produção de música eletrónica. Aos poucos fui aprendendo e conhecendo as ferramentas necessárias para estas produções mas tudo se tornou “mais sério” depois de freqnuentar uma formação / workshop orientado pelo Menog (Daniel Bernardo), em 2007. Com esta formação aprofundei bastante os meus conhecimentos ao nivel de softwares de produção musical, aprendi ainda algumas dicas específicas para a produção de trance psicadélico mas o mais importante foi o grande impulso e estímulo para a criação deste projeto e de total dedicação a ele. Os primeiros beats e melodias foram sendo criados, e as composições aparecendo mas tinha perfeita noção que ainda tinha muito para evoluir e a minha qualidade musical ainda teria de melhorar bastante até estar pronta para ser apresentada numa festa. Desde que surgiu o projeto e até começar a atuar passaram-se 7 anos de muita prática e numa altura em que o projeto começou a ficar pronto para “sair para a estrada” apareceu um amigo com uma enorme cultura e experiência musical, o Mike More, com quem comecei a passar imensas horas em estúdio numa constante aprendizagem partilha de informações e que trouxeram o requinte final na minha música. Entretanto convidei o Mike para atuar neste projeto, como baterista, começando assim a poder apresentar o LiveAct sozinho ou acompanhado por ele em Live Drums. Merece também um grande agradecimento e reconhecimento por tudo o que tem sido para mim e para a evolução da minha música e deste projeto!
5- De onde tiras inspiração para criar novas músicas?
R: Recebo inspiração em qualquer situação do dia a dia, em qualquer lugar, de qualquer pessoa. Tento canalizar todas essas vivências e energias que chegam até mim e transforma-las em algo musical e dançante. Se uma das minhas musicas soa “happy” ou mais “dark”, esse é apenas o reflexo dos meus sentimentos e sensações durante o processo criativo dessa música.
6 - Quando foi o teu primeiro lançamento?
R: Aconteceu no ano de 2013 após um convite do Elektrik Boy (Marco Teixeira), para lançar uma música num VA compilado pelo próprio, sendo que nessa altura já estava também em contacto com outras editoras para o lançamento de 3 Ep’s, que viriam a sair nesse mesmo ano: “When the Magus Becomes Mad” – VA Spectral Mind - Up!Noize Records (Março.2013) EP Time to Rise – Up!Noize Records (Junho.2013) EP Evolution – Plusquam Records (Julho.2013) EP Mental Distortions – Popol Vuh Records (Julho.2013)
7- Os artistas de Psytrance possuem influências de outros gêneros musicais. O que te inspira fora do universo electrónico? Que outras formas de arte fazem parte do teu processo criativo?
R: Toda a música, desde que tenha qualidade, serve de inspiração e aprendizagem para mim. Em relação a gostos musicais é algo em que me considero bastante eclético uma vez que tanto me podem encontrar numa noite de Fados assim como numa Rave a “dançar na lama”. Aprecio boa música e trabalho com os mais variados estilos músicais (como produtor e técnico de som de outros músicos e bandas). Como baixista, desde 1999 já fiz parte de várias bandas (Desde Rock, Pop, Punk ao Metal). Trabalho ainda atualmente noutros projetos (música electrónica) como compositor e Vj e construi o meu próprio estúdio (MadLab Sound Studios – 2015) onde trabalho não só na área do Som mas também em Vídeo, Imagem e Fotografia.
8 - Quem são as tuas influências na música?
R: Desde novo sempre gostei de ouvir muita música, dos mais variados estilos, e de certa forma toda ela é influencia as minhas criações. Bandas e Produtores tenho imensas referências, destaco os principais: Pink Floyd, Led Zeppelin, The Doors, Nirvana, Marilyn Manson, Pantera. Infected Mushroom, Skazi, SUN Project, Space Tribe, Painkiller, Menog.
9 - Qual foi a actuação que mais te marcou?
R: “Lunatic Asylum”@ Lyon (França) - 21.02.214 Por ter sido a primeira atuação fora do país deste projeto e por todas as envolvências que essa deslocação trouxe. Apesar de ser uma festa “indoor” (em discoteca), foi a primeira vez onde tive o “dance floor” sempre cheio, com centenas de pessoas a vibrar e a dançar com as minhas músicas. Nessa festa haviam duas áreas numa capacidade total para 800 pessoas, mas esse valor foi ultrapassado criando assim um ambiente bastante intenso e eufórico. Foram momentos e sensações únicos que vou guarder para sempre. Provavelmente depois já atuei para públicos maiores, mas os sentimentos que trouxe comigo dessa festa em são únicos.
10 - O que mantém vivo o teu amor pela música electrónica? O que tu mais gostas nas festas/festivais?
R: A música são emoções mas adoro em especial os sentimentos que o trance me transmite e a forma como me sinto quando “cai a batida” e fecho os olhos pronto a viajar por melodias psicadélicas. Gosto do espírito e harmonia que encontrei nas festas de trance mas que infelizmente pouco se mantém nas festas de hoje.
11 - Se pudesses escolher qualquer lugar no mundo para tocar, onde seria?
R: Existem muitos…. Mas em especial em Goa (India)… ou nas ilhas Gregas. São sonhos e objetivos que pretendo atingir em breve!
12 - Quais são as novidades em relação a novos lançamentos?
R: Para Março e Abril estão previstos os lançamentos de 3 novas músicas originais em diferentes álbuns, das quais posso destacar uma música feita em parceria com outro grande amigo produtor, o Prozac, e que estará incluída no seu próximo CD previsto para 1 de Abril de 2017. Mas o grande foco neste momento é na produção do novo EP e que já vai numa fase bem avançada. Este que será o meu sexto Ep irá incluir 5 músicas (4 temas originais e uma remistura), num álbum mais dedicado a temas com Guitarra Elétrica e com algumas colaborações bombásticas, mais pormenores em breve! Para além de estar disponível nas principais lojas online para compra de musica (Beatport, iTunes, Spotify, etc ), este EP será também vendido em formato físico (CD), numa edição limitada. O lançamento está previsto para finais de Abril, início de Maio.
13 - Define a tua música em três palavras.
R: Vibrante, eufórica e pessoal.
14 - Vamos finalizar com uma mensagem para os teus fãs/seguidores.
R: Desde o seguidor mais antigo ao mais recente, todos merecem um grande agradecimento meu e quero ainda que saibam que são o grande motivo da evolução e da continuidade deste projeto. É o vosso apoio, as vossas mensagens e energias transmitidas que fazem esta magia acontecer… não deixem de apoiar pois irei retribuir sempre ao máximo. Vem aí um novo Ep com muita música nova, num registo bem mais aprimorado e bastante dançante, que vai marcar uma mudança e afirmação deste projeto.Continuem a seguir e fiquem atentos às novidades. E para terminar, mas não menos importante, queria dexiar um grande agradecimento à minha familia, namorada e a todos os meus amigos por todo o apoio ao longo destes anos e desta caminhada.
OBRIGADO TELMO OLIVEIRA
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