1- Como surgiu o projecto Frostbite?
Miguel- O projecto foi formado em meados de 2012. Tanto eu como o Ricardo já tínhamos os nossos nomes a solo estabelecidos (Unretro e Valac) com sonoridades mais diferentes, e partilhávamos a opinião de que na altura muito pouco psicadelismo se fazia ouvir nas festas, cujos line ups eram compostos principalmente por Full-On Matinal e Nocturno. Após umas noites de mixes no estúdio e em casas de amigos reparámos que nos complementávamos bastante. Na altura os nossos gostos pessoais também estavam a mudar pelo que decidimos juntar forças para apresentar algo diferente.
2- Qual foi a festa em que se estrearam com o projecto Frostbite?
Miguel- As nossas primeiras festas foram “em casa”. A estreia foi no Space Garden em Almada. Partilhámos o palco com o Joka (A-Mush) e o Pedro (Juggler), dois bons amigos. O set correu bem, e o público gostou bastante.
3- Como foi o início da vossa carreira?
Miguel- O início foi extremamente positivo! Após esta nossa primeira actuação em Almada, fomos convidados para participar em duas Beach Parties da Digital Oracle na Caparica, uma com Talamaca e outra com Vibe Tribe. Logo de seguida tocámos na Psybertech da Crystal Matrix, e outros eventos de peso. No ano seguinte participámos no Freedom Festival e fomos convidados para entrar na label Sul-Africana One Foot Groove. Podemos afirmar que foi um crescimento simpático Durante as actuações, o público ao inicio estranhava um bocado a música que tocávamos pois muitos nunca tinham ouvido faixas daquele género. Mas pelo meio do set já estavam todos soltinhos e a reacção geral era sempre positiva.
4- Quem são as vossas influências na música?
Miguel- Eu cresci a ouvir principalmente Heavy Metal, embora hoje em dia ouça um pouco de tudo. O meu gosto pessoal está em constante evolução e ando sempre à procura de música nova, diferente e original. No espectro do psicadélico os nossos gostos pessoais andam a pender mais para o psicadélico nocturno. Gostamos de artistas que tenham um som característico e que não imitem tendências. Artistas como Earthling, Dust, Obliviant, Fungus Funk, Ninesense, Magik ou Waio são dos que correm mais nas nossas playlists.
5- Qual foi a actuação que mais vos marcou?
Miguel- Sem sombra de dúvida que qualquer uma das actuações no Freedom Festival foram dos momentos mais altos da nossa carreira. Actuar para um dancefloor assim é uma sensação inexplicável e é o que nos dá força para continuar. De salientar também a Magic Union 2016 onde fizemos o encerramento do evento. A festa estava ainda bastante composta e o público cheio de energia. Foi dos melhores sets que já fizemos.
6- O que mantém vivo o vosso amor pela música electrónica? O que mais gostam nas festas/festivais?
Miguel- Hoje em dia a única música electronica que ouço é basicamente Psy-Trance e algum Dub/Dubstep. Generalizando um pouco, acho que hoje em dia praticamente todos os sub-géneros de musica electronica andam bastante influenciados pelo Electro House/Big Room, ou o que normalmente chamam de EDM. Para manter vivo o amor pela música (qualquer tipo mesmo) há que procurar pelo original, pela genuinidade. O que mais gosto nas festas é o convívio com os meus amigos e colegas, ouvir projectos/música novos ou rever artistas que há muito que não vêm cá. Felizmente nesse aspecto estamos bem, tem havido muitos eventos de qualidade nestes últimos anos.
7- Onde serão as vossas próximas actuações ?
Ricardo: As nossas próximas actuações vão ser, dia 22 de Outubro no norte na 9 Anos Luz pela Samaveda e no dia 3 de Dezembo uma ida a França para uma festa da NBM.
Mais surpresas até ao final do ano para revelar assim como um 2017 bem preenchido já.
8- Nos últimos anos o psy trance tem vindo a crescer em Portugal o número de festivais e novos artistas aumentam a cada dia. Na vossa visão, esta nossa caminhada está no ritmo certo ou existe algo que poderíamos estar a fazer mais pelo crescimento da cena?
Ricardo: Sem dúvida que nos últimos dois anos muita coisa mudou no panorama nacional. Finamente temos lineups variados no que diz repeito aos vários géneros de música. Existe uma maior preocupação em fazer eventos com qualidade a todos os níveis de uma maneira mais equilibrada e consciente. Seja como for é sempre possível melhorar, inovar e sem dúvida que existem eventos a mais no panorama português acabando por prejudicar a harmonia geral de todos.
9- Eu estava na Infected Guitars, e vi como as pessoas estavam animadas enquanto vocês tocavam! Qual é o sentimento que vocês sentem em palco e vendo toda aquela boa energia?
Ricardo: Como devem calcular subir ao palco é a coisa que mais nos motiva e agrada.
Não há nada mais importante que ver o resultado do nosso trabalho dar frutos no momento. É um constante desafio manter um dancefloor ao rubro e sem dúvida que para além das viagens é das coisas que mais nos desafia e dá um enorme prazer.
10-Definam as vossas actuações em três palavras.
Ricardo: Psicadelismo, inovação e Profissionalismo.
11-Quais as vossas expectativas tens para esta edição dos 9 Anos Luz? E quais são as emoções que tencionam provocar aos ravers na vossa actuação?
Ricardo: As expectativas são muito altas sem dúvida. Em primeiro lugar porque é o nono aniversário da Samaveda que por si só já é importante e também porque tem um lineup fantástico. Vamos ter o prazer de partilhar palco com grandes nomes do Psy e mostrar o nosso trabalho mais uma vez sem fugir às nossas origens. É um orgulho para nós sermos convidados para eventos do género e sem dúvida um patamar que queremos manter por muito tempo. Vamos trabalhar sempre para isso mesmo.
Vamos finalizar com uma mensagem para os teus fãs/seguidores.
Queremos agradecer o apoio de quem nos segue e acompanha. Já tivemos muitas surpresas agradáveis e para nós é extremamente importante todo o tipo de feedback. Só assim podemos evoluir e tornar as nossas actuações ainda melhores. Prometemos muita música nova e inovação nos nossos próximos sets. Obrigado a todos e até breve.
OBRIGADO Valac Onefootgroove e Miguel Letria ❤️
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