EARWORMS, PORQUE OS TEMOS?
Earworm, também referido como brainworm, refere-se àquela música que toca repetidamente na nossa cabeça embora não estejamos a ouvir de facto. Este fenómeno é na verdade uma imagem musical involuntária e repetitiva produzida pelo nosso cérebro e que atinge cerca de 98% da população mundial, sendo que 25% destas pessoas experiencia várias vezes ao dia.
Mas porque razão somos tão susceptíveis a que partes de música fiquem “presas” no nosso cérebro? Esta é uma das questões à qual a ciência ainda não tem uma resposta concreta.
Aquilo que para já sabemos é que mesmo na ausência de som somos capazes de recrutar as áreas cerebrais responsáveis pelo processamento auditivo. Sabemos também que os earworms aparecem depois de termos sido expostos a determinada música, e que podem ser posteriormente despoletados por palavras que lembram a música, algumas notas da mesma, ou até emoções ou memórias de experiências associadas à mesma. Geralmente acontecem quando completamos uma tarefa do dia a dia que não requer muita da nossa atenção, como por exemplo esperar que a água aqueça ou que o semáforo abra.
Este fenómeno muito particular tem normalmente 15 a 30 segundos de duração e acontece com igual frequência entre os sexos, sendo, não surpreendentemente, mais frequente em pessoas que se interessam por música. Apesar da sua curta duração, os earworms podem tocar em loop por minutos, horas ou até dias, levando algumas pessoas á loucura. Muitas vezes nem sabemos exatamente qual a música ou o intérprete responsáveis pelo acontecimento, o que nos leva á busca incessante da fonte que nos causa tanta ativação.
Bem, mas como nos vemos livres deles? Há algumas teorias que podem ajudar...
Desde estimular a memória de trabalho (a memória que nos permite conter informação durante tempo suficiente para digitar um número de telemóvel p. ex.) com anagramas, puzzles e sudoku, ou até a ler um livro, estas atividades têm sido descritas como bem sucedidas na interrupção do fenómeno. Há ainda estudos que apontam para a tarefa de mascar chicletes, uma vez que inibe a repetição sub-vocal que fazemos involuntariamente quando temos um earworm. Há também quem defenda que a “cura” pode passar por ouvir a música até ao fim ou até mesmo encontrar outra que tome o lugar da primeira. Contudo, não se esqueçam que cada cérebro é único! Descubram o que melhor funciona convosco e partilhem. Quando o earworm é uma música de que gostamos o problema apesar de ser menos grave, corremos o risco de passar a não suportar voltar a ouvi-la. Já das músicas que não gostamos, o melhor delas é poder esquecê-las de forma a não constarem das nossas bandas sonoras biográficas.
Para mais curiosos aqui fica um vídeo:
Artigo de Dr. Horus
Foto de Cristiano Fernandes Photography