A INOCÊNCIA DAS PRIMEIRAS VEZES
Sabemos que tudo começou com a primeira festa. O ser capaz de sentir a nave aterrada mal entramos na pista. Como se uma outra espécie comunicasse e nos incendiasse a mente. Como se a música se tratasse de uma conversa onde nos asseguram que somos melhores seres quando estamos momentaneamente desprovidos do ego. E assim, tudo começa com a primeira festa, a primeira reunião e a primeira experiência onde recuperamos alguma da inocência perdida ao longo dos anos, e onde somos capazes de sentir um conjunto de felicidades.
Por isso mesmo, ficamos facilmente agarrados à necessidade de voltar à realidade onde a individualidade não domina e estar presente no momento não tem preço! Talvez essa seja a maior razão para desejarmos tanto voltar a estas reuniões! Ficamos viciados na inocência de primeiras experiências, onde provamos aquilo que mais amamos sentir – felicidade intrínseca! Aquela felicidade que mais ninguém te pode dar, a não ser tu estares bem contigo próprio! Porque é nas festas que apesar de as diferenças individuais deixarem de importar, estas não deixam de ser celebradas. É na festa que sentes aquele sentimento colossal de união e felicidade (intrínseca) que tantas vezes é expresso com “Eu nem tenho palavras”. Quando és capaz de sentir e retribuir todo o amor, felicidade e gratidão pelo momento, que é libertado pelos que te rodeiam. Onde impera o sentimento de pertença a um lugar que não é um sítio, e de um tempo que é apenas o momento. Quando agradeces ao universo por te ter dado a maior oportunidade e a melhor lição para que possas cosmicamente evoluir.
A dança – a meditação da alma - tomou lugar durante horas e conduziu-nos à verdadeira transcendência. Chegamos a casa cansados e ainda pouco sintonizados. Até que regressámos recentrados para com o resto do mundo. Permanece a enorme vontade de voltar o mais breve possível. A união, o amor, a bênção e a gratidão são poderosos moduladores. É extraordinário quando sentimos o quão estas reuniões nos mudam. Para sempre. Para melhor. Para uma melhor versão de nós a cada dia que passa.
Como não querer voltar?
Artigo: Dr. Horus